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Filho ùnico: criança feliz?


Se há alguns anos era raro um casal ter apenas um filho, hoje em dia é cada vez mais comum. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), oito em cada dez famílias se encaixam neste perfil. Entre as principais causas estão a opção das mulheres em priorizar a carreira e deixar para engravidar mais tarde, as dificuldades financeiras; e a pouca disponibilidade de tempo dos pais.
Um outro estudo recente mostrou que uma criança de classe média, desde o nascimento até os 21 anos, custa, em média, R$ 1 milhão. Muito? Os gastos aumentaram demais. As escolas são caríssimas e ainda tem os cursos paralelos: natação, balé, futebol. Além disso, os filhos estão cada vez mais exigentes. É bem mais fácil ter somente um.

Tudo para ele?

Na contramão disso tudo, surgem as dúvidas: É saudável para uma criança não ter irmãos? Ela não vai ficar muito mimada? Como não sobrecarregá-la de cuidados e obrigações? Como prepará-la para a vida?O filho único não é nenhum bicho-de-sete-cabeças. Muitos pais acham que o ideal é dar tudo para ele, colocá-lo em mil atividades. Uma coisa tem que ficar clara: se ele crescer com excesso de tudo, vai achar que o mundo gira a seu redor. Só que a realidade não é bem assim. Esse tipo de criança será uma eterna insatisfeita, pois não valoriza o que tem e estará sempre à espera do próximo presente. Na maioria das vezes, vai ficar isolada porque não sabe dividir, quer exibir tudo o que ganhou e ditar as brincadeiras para o restante do grupo, o que não dá certo.

Limite: o segredo

Ser feliz com o que se tem: um dos pontos fundamentais que os pais devem passar para os filhos. A criança não pode sofrer porque não tem um brinquedo de última geração. É preciso ensiná-la a esperar uma data especial para ganhar presentes. Se o pai e a mãe vão ao shopping, não necessariamente deverão voltar com alguma lembrancinha para ela. Tudo o que vem muito fácil é menos varolizado. Se num dia meu filho quiser um brinquedo e no dia seguinte eu der, muito provavelmente ele o deixará de lado (ou vai destruí-lo) esperando ganhar um novo. Pai de filho único tem que ter esse cuidado, impor alguns limites.

Grande família

É extremamente saudável para o filho único estar cercado de outras crianças. Na ausência de irmãos, o casal tem que valorizar mais o restante da família. Os primos vão ocupar um papel fundamental e essa relação precisa ser incentivada. A criança deve brincar, correr, chegar suja da escola e da festinha. Os pais têm que permitir que o filho interaja. Não podem cercear o convívio dele com o mundo, que está à sua disposição; não podem tratá-lo como se ele fosse um cristal. Claro que devem cuidar das crianças, mas precisam entender que se tiver que acontecer alguma coisa, vai acontecer, independentemente da vontade deles. Excesso de cuidado pode ser prejudicial, sim.

Meu filho, meu tesouro

Para quem pretende ter apenas um filho, algumas dicas importantes:
Viver intensamente a relação com a criança.
Acompanhar seu desenvolvimento, mas sem achar que tudo que ela faz é excepcional, porque não é.
Seu filho, provavelmente, não é mais bonito, o mais inteligente, nem o mais esperto. Ele é apenas mais um, especial para você.
A maternidade deve ser vivida como se fosse única. Afinal, para se sentir mãe, não é necessário ter três filhos. Apenas um pode completar a família.

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