Bebês colocados no berço para dormir com uma chupeta têm um risco 90% menor da chamada "morte no berço" (ou cot death), de acordo com estudo americano divulgado pelo British Medical Journal dia 08/12/2005. Foram comparados 185 casos desta síndrome da morte súbita na infância com 312 bebês saudáveis e foram levados em conta os fatores de risco.
O estudo, publicado, constatou que o benefício é maior para crianças que dormem em um ambiente "inapropriado", como os que dormem de barriga para baixo ou as mães que fumam ou colocam a criança para dormir em sua cama.
Especialistas britânicos receberam bem a pesquisa mas destacaram que se trata apenas de um pequeno estudo.
Incidência
A incidência de "mortes no berço" vem diminuindo, mas ainda tira a vida de 300 crianças com menos de um ano na Grã-Bretanha todos os anos. Na Califórnia, segundo a pesquisa americana realizada pela organização de prestação de serviços de saúde Kaiser Permanente, um em cada 2 mil bebês é vítima de "morte no berço". Mas se todos os bebês usassem chupeta, eles calculam que o risco desse tipo de ocorrência cairia para um em cada 20 mil.
Os pesquisadores dizem que a chave para se entender o processo pode estar no fato de que as chupetas costumam ter uma alça externa grande, o que ajudaria o bebê a não vedar sua fonte de captação de ar ao afundar o rosto na roupa de cama.
No artigo no British Medical Journal, os pesquisadores afirmam ainda que usar a chupeta ajuda no desenvolvimento da parte do cérebro que controla como o sistema das vias respiratórias superiores funcionam.
Pesquisas anteriores também sugerem que o uso de chupetas poderia reduzir o risco de "morte no berço", mas não de maneira tão acentuada.
A Fundação para o Estudo de Mortes na Infância recomenda que um bebê que utilize chupeta regularmente deve continuar com esta prática. Dois estudos publicados desde 2000 mostraram que os bebês que costumam usar chupeta mas depois abandonam essa prática correm um risco maior de "morte no berço" nas noites em que não as utilizam.
Mas a fundação diz que análises estatísticas são muito complicadas e os dados exigem um estudo mais cuidadoso. "Nossa recomendação é que não há razão para que pais não dêem chupeta (para o bebê), mas se eles fizerem isso, têm que fazer isso todas as vezes que o bebê dorme e nunca se esquecer de dar a chupeta para o bebê", diz a fundação.
A ONG também recomenda que a chupeta não seja molhada em líquido adocicado, seja retirada do bebê aos 12 meses de idade e, se a mãe está amamentando, é melhor esperar um mês para dar chupeta para a criança.
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