Cosméticos para Bebês

O que você pode e o que não deve comprar para deixar seu filho ainda mais lindo.
Você olha para a prateleira e para o seu bebê. Dezenas de produtos coloridos, cheirosos, em embalagens bacanas, parecem gritar: "Vou deixar o seu filho mais lindo!". A primeira reação é levar um de cada. Depois, você se pergunta: será que não vai fazer mal? Há um controle da linha de produtos cosméticos infantis. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde acabam de atualizar as normas para esses registros. As principais modificações referem-se aos requisitos técnicos e à rotulagem. "Todos os produtos infantis são nível 2, o de maior risco; portanto, precisam do registro da Anvisa para serem comercializados", explica Josineire Sallum, gerente geral de cosméticos da Anvisa. Procure o registro na embalagem, que pode ser precedido pelas iniciais MS, ANVS, ou pelo nome Anvisa. Hoje, estão registrados 3.516 cosméticos infantis. Acredite: há 604 alternativas de xampus! Qual comprar? Como regra, os neutros são os mais indicados para o bebê, mas vale perguntar ao pediatra. A pele da criança, no primeiro ano de vida, é mais sensível, por isso, não exagere. "Se a criança tem predisposição, mais facilidade terá para se tornar alérgica.E pouco é preciso para manter a criança limpa", conta a dermatologista Tania Cestari, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Difícil é resistir. Aqui vão algumas dicas para você não errar na dose:

HIDRATANTE

"Só se a criança tiver algum problema especial, do contrário, ele é desnecessário", afirma a pediatra Sandra Oliveira Campos, professora da Unifesp. Geralmente, quem precisa são as crianças com pele seca - alérgicos são mais suscetíveis ao problema - e as que moram em regiões muito frias. "Elas tomam banho demorado e muito quente. Depois, entram em contato com o frio e o vento, ressecando a pele", explica Tania Cestari. O hidratante, de preferência neutro, deve ser passado até três minutos após o banho para não reduzir a eficácia. A mãe deve enxugar o excesso de água e passar o produto.

ÓLEO

Se a pele do bebê não precisa, o uso do óleo é desnecessário. Crianças podem usar os óleos vegetal ou mineral. De acordo com o pediatra Valter Kozmhinsky, presidente do Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, o de origem vegetal causa menos irritação e é mais absorvido. No entanto, ambos ajudam a hidratar peles secas. Quem optar pelo óleo, não precisa de creme. "O óleo é muito utilizado em massagem", lembra ele. Além de ajudar na limpeza do umbigo, por exemplo, pode ser usado na remoção de caspas do couro cabeludo e passado alguns minutos antes do banho.


TALCO

Não é recomendado pelos especialistas. Quando a mãe passa talco no bebê, produz-se uma névoa que é aspirada pela criança, podendo causar problemas respiratórios e alérgicos. Fique longe dele!






XAMPU

O indicado é neutro, com o mínimo de perfume e corante. Mas os mais cheirosos também não devem fazer mal. "A quantidade de extrato que colocam na fórmula é pequena", garante a dermatologista Denise Steiner, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia de São Paulo. Há ainda os xampus para cada tipo de cabelo. Funcionam? O cabelo da criança não vai ficar mais liso ou cacheado por causa do tipo de xampú. Esta é uma preocupação desnecessária para quem ainda nem completou 1 ano.


PERFUME

Nada de perfume, apesar das 609 colônias registradas na Anvisa. É consenso entre profissionais da saúde: "Bebê limpinho já tem cheiro bom". Só que muitas mães, para não dizer a maioria, gostam de ouvir "como esse bebê é cheiroso" e levam um para casa. O que muitas desconhecem é que o produto pode causar irritação - tanto respiratória quanto na pele - e alergia. A criança pode ter reação ao cheiro. "Teoricamente, a mãe não deveria usar no bebê. São substâncias que entram em contato com a pele sem necessidade. Em último caso, é melhor passar na roupinha, mas mesmo assim bem pouquinho", avisa a dermatologista Denise.


PROTETOR SOLAR


Há controvérsias. Alguns especialistas recomendam utilizar após os 6 meses, outros, só depois de 1 ano porque pode causar irritação. Em comum, o fato de que o protetor defende o bebê do sol. "Na praia, por exemplo, os pequenos devem permanecer na sombra e, de preferência, vestidos com uma roupa leve. O melhor horário para o passeio é o início da manhã. Mas o fator de proteção tem que ser alto", assegura o pediatra Valter. O indicado para crianças pequenas é o de fator 30, porque protege mais. Só o médico deve indicar a marca. A preocupação é tão grande que a Secretaria de Saúde de São Paulo, em parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia regional, vai distribuir filtro solar para a população gratuitamente.

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