Dicas sobre vacinas


Fique por dentro das novidades da vacinação:
Desde que o Programa Nacional de Imunização foi implantado no país, há 30 anos, doenças comuns na infância, como poliomielite e coqueluche, foram praticamente extintas. Vacinar o seu filho, portanto, está fora de discussão. Mas, qual calendário seguir: o do Ministério da Saúde, o da clínica de vacinação ou o da Sociedade Brasileira de Pediatria? "A diferença entre eles é mínima. O ideal é conversar com o pediatra, para avaliar a necessidade de aplicar determinadas vacinas que não estão disponíveis na rede pública, como a da meningite C", sugere Heliane Brant, presidente do departamento de infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Entre as últimas novidades nos calendários, estão a vacina contra o rotavírus, lançada em agosto no Brasil, e contra o HPV, principal causa de câncer uterino, que já está em fase avançada de testes. A Sociedade Brasileira de Pediatria, seguindo modelo da americana, incorporou recentemente a vacina contra o vírus da gripe ao seu calendário. Outra mudança diz respeito ao combate à paralisia infantil. A nova recomendação é que, de preferência, as duas primeiras doses sejam da Salk, injetável e produzida com o vírus inativo. Já a Sociedade Brasileira de Imunizações, que divulga novo calendário este mês, sugere reforços nas doses contra catapora e meningite C após o primeiro ano.

Tendências
As vacinas preparam o organismo do seu filho para lutar contra uma doença específica, utilizando o mesmo agente causador (vírus ou bactéria) ou apenas parte dele. Ao receber a dose, o organismo da criança produz os anticorpos necessários para combater a doença. Assim, quando entrar em contato com ela, já estará protegida.

A tendência, para alegria das mães que ficam de coração apertado só de pensar na agulha, é que as vacinas sejam combinadas numa mesma dose. "Diminui-se o número de picadas, assim como as idas à clínica ou ao posto de saúde", diz o infectologista pediátrico Edimilson Migowski, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A hexavalente, por exemplo, reúne seis vacinas em uma só. Combinada ou em várias aplicações, estudos garantem que não há problema em tomar mais de uma dose no mesmo dia. Febre e diarréia leves também não são motivos para não imunizar seu filho.

A seguir, um calendário completo de vacinação, para você usar como referência:



Fontes: Sociedade Brasileira de Pediatria; Sociedade Brasileira de Imunizações; Ministério da Saúde * Vacinas não oferecidas nos postos de saúde


Devo imunizar meu filho contra a gripe? Qual a melhor vacina contra a pólio? Tire suas dúvidas sobre as principais aplicações

Poliomielite: Existem duas vacinas contra a poliomielite: Sabin (VOP), produzida com vírus vivo atenuado e administrada em gotas, e Salk (VIP), com vírus inativo e injetável. Ambas são seguras e eficazes. A segunda, no entanto, não apresenta risco de poliomielite vacinal (1 caso para cada 12 milhões de doses distribuídas). Todas as crianças menores de 5 anos, mesmo as já imunizadas, devem receber a VOP durante os dias de vacinação nacional.

Gripe: Recomenda-se para crianças menores de 2 anos, que têm grande probabilidade de hospitalização ao adquirir a doença. A vacina deve ser aplicada anualmente em duas doses, com um intervalo mínimo de um mês entre as doses, conforme a sazonalidade da doença. A partir dos 2 anos, permanece a indicação de uma dose anual para os grupos de risco.

Antipneumocócica conjugada: Protege crianças menores de 2 anos contra 60% dos pneumococos mais comuns no país. A bactéria causa, entre outras doenças graves na infância, meningite e otites. Encontrada em clínicas particulares, mas, na rede pública, oferecida apenas para pacientes especiais, como imunodeprimidos. A partir de 2 anos de idade, a dose é única.

Febre amarela: Indicada para residentes de áreas de risco potencial ou endêmicas, como a Amazônia, e também para quem viaja a esses lugares. Algumas pessoas têm reações leves, como dor local, febre e dor de cabeça. Além dos postos de saúde, é disponibilizada em portos, aeroportos e fronteiras.

Antimeningocócica C conjugada: A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que a vacina, que protege contra a meningite C, forma grave da doença, seja aplicada de acordo com as condições epidemiológicas locais. A partir de 12 meses, a dose é única.

DTP :Nos postos de saúde, a DTP (contra difteria, tétano e coqueluche), conhecida por tríplice viral, e a Hib (contra doenças causadas pela bactéria hemófilo) já são aplicadas numa só dose, a tetravalente. Nas clínicas particulares, existe a versão acelular da DTP, que tem a mesma eficácia, mas provoca menos reações.

Varicela (Catapora): Deve-se evitar remédios à base de salicilatos, como aspirina e alguns antiinflamatórios, até seis semanas após a aplicação da vacina. A substância, associada à infecção da catapora, pode causar a síndrome de Reye (inflamação cerebral e hepática), doença rara, porém letal.

Rotavírus: Recém-lançada, promete combater o vírus responsável por 30% das hospitalizações por diarréia infantil. Até o ano que vem, outros dois fabricantes prometem lançar vacinas contra a doença.

Fontes: Edmilson Migowski, infectologista pediátrico, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Marco Aurélio Sáfadi, infectologista pediátrico, chefe do Pronto-Socorro Pediátrico do Hospital São Luiz e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

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